Um marinheiro sem barco, desterrado do mar, conhece uma estranha mulher, que possui, talvez sem o saber, a resposta a perguntas que certos homens fazem desde há séculos. Arturo Pérez-Reverte, o autor espanhol contemporâneo mais lido no mundo inteiro, leva-nos, na companhia de Coy e Tanger, à procura do Dei Gloria, um bergantim que há mais de duzentos anos repousa nas águas profundas do Mediterrâneo. De Barcelona a Madrid, de Cadiz a Gibraltar, ao longo das costas de Cartagena, o objectivo é sempre um tesouro fabuloso, que talvez contenha a resposta a um dos grandes enigmas da história de Espanha.
Opinião
Já por várias vezes me tinham falado de Artur Pérez-Reverte e da qualidade das suas obras. Acabei por conhecê-lo através deste "Cemitério dos Barcos Sem Nome" que, diga-se de passagem, acabou por ser mesmo um calvário ...
Pelas várias críticas e comentários que já tenho lido acerca deste autor, estou em crer que falhei a minha abordagem ao mesmo. Mas vamos ao livro.
Depois de ler a sinopse, partia para a leitura com uma enorme expectativa. A procura de um tesouro afundado, que repousa no Mediterrâneo há mais de duzentos anos é assunto suficiente para me deixar ávido pela leitura. Infelizmente, essa avidez foi dando lugar a um tédio enorme conforme ia avançando. Avançando só mesmo no número de páginas porque nas primeiras duzentas, o autor não nos consegue transportar para lado nenhum nem fazer avançar a história de forma a agarrar o leitor.
Apesar de na sinopse se transmitir uma ideia de acção, "... Barcelona a Madrid, de Cadiz a Gibraltar, ao longo das costas de Cartagena...", durante as 443 páginas do livro pouco ou quase nada é transmitido sobre Madrid, Barcelona, Cadiz, Gibraltar ou Cartegena. De Madrid, ficamos a saber que existe um museu Naval perto do Museu do Prado; de Barcelona, cidade de Coy, que existe uma casa de leilões que Coy frequentava regularmente; de Cádiz, que era uma cidade por onde, antigamente, passava a linha de meridiano 0, usada pelos espanhóis nas suas cartas de navegação e de Gibraltar ou Cartagena, niente! Não reti absolutamente nada acerca destas duas cidades ... Quer isto dizer que o autor passa a maior parte do tempo (ou das páginas) a divagar pelos pensamentos de Coy e pelo modo de vida no mar e pela sensação de desconforto que sente um marinheiro quando está em terra. Sinceramente, não aguento 443 páginas nisso ...
O final também é de um desconsolo brutal! Fez-me lembrar aquelas refeições vulgares em que no final ansiamos por uma pequena sobremesa ou um chocalatinho para acomodar a dita refeição, preechendo aquele espaço virtual que nos ficou, aquilo que normalmente designamos por desconsolo. E foi assim que me senti depois de ler este livro. Apeteceu-me passar pela cozinha e comer uma bomboca tal foi o desconsolo final ...
É, no entanto, um autor a quem vou voltar. Há que insistir ...
quarta-feira, 1 de junho de 2011
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