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terça-feira, 13 de abril de 2010

Páscoa transmontana (2)

No regresso ao Porto, optei por seguir pelo Douro e partir a viagem em dois dias.
No primeiro dia, arrancando de Torre de Moncorvo e com a Foz do Tua como destino, como não existem alternativas viárias para lá chegar, tive que subir até Vila Flor, seguir até Carrazeda de Ansiães e só depois descer até ao Tua.

A paisagem é deslumbrante, com as encostas praticamente todas "socalcadas".
Não sou apreciador (nem muito menos bebedor) mas pelo que vi, deve sair dali muito e bom vinho!


Como já tinha referido no post anterior, a Foz do Tua desiludiu-me bastante. Encontrei algo a que nem sequer consigo chamar aldeia. Uma localidade completamente morta e que subsiste, ainda, exclusivamente graças à estação da CP.


Além da estação, existe a Casa do Tua (onde pernoitamos), um café-restaurante, uma pequena e modesta mercearia e uma padaria. Depois, algumas casas em linha na estrada junto ao rio (a maior parte delas completamente abandonadas) e nada mais.

É um crime aquilo que tem vindo a fazer ao Alto Douro e nordeste transmonstano com o abandono total dos caminhos de ferro.
Para quem não sabe, a Linha do Douro que actualmente termina no Pocinho, seguia até Barca D'Alva e entre o Pocinho e Miranda do Douro havia a Linha do Sabor que permitia seguir até Miranda do Douro (localidade de Duas Igrejas) passando por Torre de Moncorvo, Carviçais, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Sendim, etc. Infelizmente, não tive a oportunidade de viajar nessas extintas linhas mas se de carro já dá gosto percorrer aquelas localidades, imagino o que seria uma viagem de comboio por ali ... É uma região extremamente bonita.
Aqui podem encontrar algumas fotografias das estações e apeadeiros abandonados.

Ainda na Foz do Tua, "dei de caras" com outro crime (este bem mais recente), a extinção da Linha do Tua. É o resultado de anos e anos de completo abandono e desmazelo por uma das linhas mais bonitas de Portugal. Além disso, outros interesses de caracter financeiro falam mais alto nestas questões. Refiro-me, obviamente à nova barragem que irá nascer praticamente na Foz do Tua e que irá submergir parte da Linha do Tua, inutilizando-a de uma vez por todas.

Mas o que eu acho mais engraçado neste episódio é ver os nossos governantes e "supostos" responsáveis pela nação informarem-nos de que a Linha do Tua se encontra em fase de análise e possível recuperação e depois, in loco, ver a maquinaria e todo o circo da EDP montado e em plena operação. Das duas uma: ou a construção da barragem já avançou ou então a EDP foi a empresa escolhida para requalificar a Linha do Tua. Infelizmente, não creio que a segunda opção seja a correcta ...

Deixo aqui algumas imagens da Linha do Tua, possíveis enquanto a água não as cobre.




Saindo do Tua, foi sempre a subir até Alijó e depois, sempre a descer até ao Pinhão. Em Alijó ainda registei o verdadeiro monumento ao "homem da terra".


É impressionante a quantidade de vinha naquela região. É caso para dizer que eles aproveitam tudo e não deixam nada!


O almoço foi na vila de Pinhão, com umas vistas magníficas sobre o Douro e a foz do rio ... Pinhão :)


Enfim, uns dias muito bem passados com muita calma e pacatez, como umas verdadeiras mini-férias devem ser.

Provavelmente ainda voltarei a estas bandas este ano ... quiçá de comboio ;)

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